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Desejo

Imagino um singelo cenário, sentados a lareira a ouvir o simples estalar da madeira, sinto um crescendo desejo em te matar num beijo, de te envenenar do meu desejo e te deixar num estado de transe profundo. Abrir-te a pele e descobrir-te por dentro. Ouvir-te gritar onde ninguém te possa ouvir. E deixar-te desvanecer sob o meu feitiço até que o teu coração pare.

E no fim, ver-te dormir indefesa, apreciar-te em pele, ouvir-te a respirar suavemente e deliciar-me a elaborar, docemente, a tua próxima morte.

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Experiência, Futuro e Esperança

A ideia de suspense que a vida nos reserva, tem muita beleza. A incapacidade de prever o futuro é um dom. Permite que conceitos como a esperança, que nos torna optimistas, existam. Ser optimista permite viver o dia a dia com mais prazer, e consequentemente, ser-se mais feliz. O passado confere-nos experiência, a experiência torna-nos mais certos das nossas decisões no presente. No entanto, deixei de acreditar que a experiência ajuda a prever o futuro. O bom senso diz-me que ganhámos mais sensibilidade para evitar determinados caminhos, mas nada se sabe sobre o caminho que se escolhe. No fundo, não há ligação directa entre o futuro e a experiência. A experiência é como conduzir um carro no escuro com os faróis voltados para trás. Sabemos tudo que se passou e nada do que virá.

Vem

Não te procuro, mas por vezes na solidão dos pensamentos consigo constatar... já lá vai tanto tempo e não te consigo encontrar. Não te peço perfeição, apenas um misto de astúcia e bons valores. Já senti quando de rompante dás um ar de tua graça, na forma de um rosto, nascendo dentro de mim uma esperança que se desvanece nas entranhas da realidade.